10 de jul. de 2007

Do silêncio


Pedro Kilkerry


É o Silêncio...
É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa.
Olha-me a estante em cada livro que olha.
E a luz nalgum volume sobre a mesa...
Mas o sangue da luz em cada folha.
Não sei se é mesmo a minha mão que molha
A pena, ou mesmo o instinto que a tem presa.
Penso um presente, num passado.
E enfolha
A natureza
tua natureza.Mas é um bulir das cousas...
Comovido
Pego da pena, iludo-me que traço
A ilusão de um sentido e outro sentido.
Tão longe vai!
Tão longe se aveluda esse teu passo,
Asa que o ouvido anima...E a câmara muda.
E a sala muda, muda...Afonamente rufa.
A asa da rimaPaira-me no ar.
Quedo-me como um BudaNovo,
um fantasma ao som que se aproxima.
Cresce-me a estante como quem sacuda
Um pesadelo de papéis acima... E abro a janela.
Ainda a lua esfiaúltimas notas trêmulas...
O diaTarde florescerá pela montanha.
E ó minha amada, o sentimento é cego...Vês?
Colaboram na saudade a aranha,
Patas de um gato e as asas de um morcego.






.enviada por Liana



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3 de jul. de 2007

O Poema


Pudesse Eu

Pudesse eu

não ter laços nem limites

Ó vida de mil faces transbordantes

Para poder responder

aos teus convites

Suspensos na surpresa

dos instantes!




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Sophia de Mello Breyner Andreson



enviado por Liana
colagem: Jugioli
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